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Empresas de menor porte e orientação contábil

A colaboração que o Contador pode dar à empresa vai muito além dos limites que a maioria dos empresários requer.

A colaboração que o Contador pode dar à empresa vai muito além dos limites que a maioria dos empresários requer.

Preocupados com os rigores das exigências fiscais, cada vez mais complexas, ao profissional da área contábil tem ficado pouco tempo, também, para fazer ver aos clientes quantos recursos podem ser oferecidos pela tecnologia.

Erros administrativos, pois, podem ser acumulados em razão da falta de indagação analítica sobre os acontecimentos do dia a dia.

A tendência de deixar-se absorver pela burocracia veda a visão às vezes sobre as coisas mais importantes, sobre detalhes da vida dos empreendimentos; a falta de “parar para pensar”, de “dialogar”, pode custar muito caro, e, deveras custa.

Assim, por exemplo, o simples pesquisar até que ponto uma variedade de produtos a venda é proveitosa para uma empresa pode provocar menores lucros e até prejuízos.

Portanto, indagar sobre a conveniência de concentrar a produção em um só artigo ou manter diversos deles é fato vital nas indústrias; o mesmo ocorre no comércio com a variedade de mercadorias, e, também, nas prestações de serviços.

O profissional da Contabilidade, em função de consultoria, pode realizar indagações analíticas que oferecem conclusões sobre os “critérios de conveniência”.

            Não importa o tamanho que a empresa possa ter; a maioria, sabemos, é de pequena e média dimensão (99,99% do universo dos empreendimentos), mas, mesmo assim, o problema continua sendo o mesmo, necessitando de atenção.

Diversificar ou não, manter a diversificação ou não, são questões do dia a dia que um contador pode estudar para a orientação clientes.

A importância da análise de custos destaca-se, pois, como algo de relevância na vida dos negócios.

Em geral, quando se fala em custos a primeira idéia que surge é a de “complicação”; hoje, todavia, os sistemas estão de tal forma beneficiados pelas conquistas da Informática que a questão pode ser resolvida com simplicidade.

A fim de mostrar o quanto é singelo o tema escrevi uma obra sobre Custos que a editora Juruá tem no prelo; a questão é só a de adotar um bom método, adequado ao que a empresa necessita, em vez de se meter em complexos enlatados comerciais que geralmente importados não servem para o caso brasileiro.

Em geral as formações universitárias enfocam prioritariamente grandes organizações como “modelos”, quando, em realidade, dever-se-iam preocupar prioritariamente com o que representa a quase totalidade do universo de trabalho e que é constituído de menores organizações.

Não se trata de sugerir a exclusão do estudo das empresas maiores, mas, sim de atribuir preferência ao que possui grande expressão social e que na prática representa a maior fatia do mercado de trabalho.

Como professor sempre me preocupou criar em meus discípulos uma consciência ética de socorro aos menores, em nível de igualdade ao que se daria aos grandes empreendimentos, pois, não se deve discriminar em matéria de assistência profissional.

O fato de alguns empresários entenderem que a escrita contábil só tem a finalidade de cumprir formalidades fiscais impede aos mesmos de tirar um grande proveito do valor que representa a análise das informações, mas isso não deve representar um obstáculo e sim um estimulo para o contador, no sentido de esclarecer e ajudar.

É natural que um comerciante possa desconhecer tal utilidade, mas, não o é que o profissional deixe de prestar orientação, mesmo quando essa não venha a ser requerida.

Compete ao contador a iniciativa de mostrar o valor de uma análise de situação, a importância dos levantamentos e estudo dos custos, a dos controles internos mesmo singelos, de manejo financeiro de menor risco.

Um homem de negócios quase sempre entende bem do ramo que tem como atividade, mas, nem sempre de como se administra de forma eficiente; saber comprar, vender e fabricar não basta.

Conheci empresários que sendo bons entendedores das técnicas comerciais e industriais fracassaram, todavia, em seus empreendimentos; também lidei com os que valorizaram as orientações técnicas contábeis e administrativas e tiveram grande sucesso; não foram poucas as empresas pequenas que pela consultoria que lhes ofereci transformaram-se em médias e até em grandes.

O que diferencia o conhecimento empírico daquele científico é a qualidade do mesmo em face da racionalidade.

A percepção subjetiva que cada um, pela experiência vai adquirindo, termina por formar juízos próprios de cada pessoa, mas, nem sempre esses são válidos em todas as partes e sob quaisquer circunstâncias.

Muitos empresários podem dar-nos lições de suas vidas e experiências, mas, poucos entendem o porquê realmente as coisas acontecem em relação ao comportamento da riqueza.

Por isto é habitual encontrarmos máximas errôneas, que aceitas como certas podem até ter aparência de eficácia, mas, na realidade representando apenas uma parcela do que de um total de sucesso poderia ser conseguido.

A orientação contábil pode e enseja corrigir erros administrativos; como ciência que é a Contabilidade não se confunde com a informação que muitos acham ser o seu limite; por mais sofisticado que seja um sistema informativo ele será sempre ineficaz se não for utilizado como instrumento de orientação racional, tenha a empresa que dimensão tiver.